domingo, 5 de outubro de 2008

Black Coffee, Black Heart

Café e Raiva. Black Flag e Morte Asceta. A música traz as palavras de raiva à boca. O café desce quente na garganta, faz sair todo o frio que a gente é. Pelo menos até o café acabar. Drinking Black Coffee, Black Coffee. Vai até a vitrola, põe o bolachão, pega a agulha, aumenta o volume. Vai até o coador, pega o café, põe açucar, mexe com a colher, bebe. Vai até a vitrola. Vai até o coador. Repete. Repete. Repete. A batida da bateria ditando o ritmo da sua vida. A temperatura da água do café controlando seu coração. Black Coffee, Black Heart. E agora, filho da puta? O fone de ouvidos e o copo de café são seus únicos companheiros quando a noite cair. Nenhuma avenida acessa lá fora. Nenhum carro buzinando lá fora. Nenhum lugar pra ir. Nenhuma palavra bonita pra dizer. Tudo que sobrou pra você foi a raiva e o café.


Diego Monteiro.

Nenhum comentário: